Recebemos diariamente diversas dúvidas de pessoas com dificuldades em entender como funcionam os meios de pagamentos, suas diferenças em nomenclaturas e em muitos casos acham que todo tipo de pagamento é igual, o que na verdade não é, existem diferenças.
Uma das decisões mais importantes para quem está montando um negócio seja no cenário físico ou na internet, é escolher uma forma para receber os pagamentos e antes de tomar essa decisão, pesquisar todas as vantagens e desvantagens acerca dos intermediadores, dos gateways, das adquirentes e empresas especializadas em segurança de dados digitais. É importante conhecer, nesse caso, as principais diferenças entre essas empresas e assim julgar qual delas se encaixa melhor no perfil do seu negócio. Faremos algumas comparações que acredito que poderão ajudar nesse processo:
Você sabe, por exemplo, como funciona a transação entre o cliente [portador do cartão], o comércio e o banco? Uma transação é uma compra de um bem ou serviço que se inicia com o portador do cartão. O processo: uma série de movimentações que ocorrem entre o portador do cartão, o estabelecimento, a adquirente, a bandeira e o banco emissor.
Portador do Cartão
É o seu cliente, ou formalmente falando, é um consumidor que, ao solicitar um cartão, é analisado e aprovado pelo emissor que estabelece uma linha de crédito para o mesmo e emite o cartão [geralmente através de um banco].
Estabelecimento
Sua loja ou qualquer empresa determinada a aceitar os cartões como forma de recebimento e que atinge as qualificações determinadas por uma adquirente e um emissor.
Banco Emissor do Cartão
É a instituição financeira do portador do cartão e também um membro licenciado por uma adquirente.
Adquirente [operadora] ou credenciadora
Um membro licenciado que analisa e aceita estabelecimentos em seu programa de cartões e processos de transações financeiras. São empresas como a Cielo, a Rede, a Amex, GetNet, a Stone, a Elavon, a Global Payments, que fazem a comunicação da transação entre a loja e a bandeira (Visa, Mastercard, Amex) e credenciam estabelecimentos para o aceite dos cartões.
Na prática funciona assim: o lojista passa o cartão de um cliente na “maquineta”. Nesse momento a maquineta se comunica com a adquirente que por sua vez envia a transação para a bandeira. A bandeira direciona a transação para o emissor do cartão [geralmente um banco] e é ele quem finalmente decide se a transação será aprovada ou não, enviando a decisão de volta para a bandeira (é tudo muito rápido – numa questão de segundos), fazendo o caminho de volta até a loja.
Para utilizar a conexão direta com as adquirentes, o varejista deve fazer um credenciamento de Adquirência e seguir algumas normas de cadastro de empresa (um pouco mais rigorosa).
Gateways
Os gateways de pagamento são outra forma bastante conhecida no e-commerce para facilitar a transação entre a loja do vendedor e a instituição financeira responsável pelo pagamento (banco ou adquirente de cartão de crédito), transmitindo os dados e oferecendo uma opção interessante de meio de pagamento.
É importante avaliar se o gateway oferece recursos compatíveis com o seu negócio como carrinho de compras, transmissão segura de informações (como certificação de segurança, gestão de risco, PCI e diversidade de opções de pagamento.
Facilitadores [Intermediadores] / Sub-adquirentes
Ideal para pequenos e médios negócios, os facilitadores, também chamados de intermediadores ou sub-adquirentes são empresas diferentes do que muitos pensam. Isso porque elas não se responsabilizam apenas por realizar a transação financeira em si, mas também por oferecer uma solução completa que vai desde a gestão de relacionamento entre o comprador e o vendedor até a proteção de dados pessoais como informações de cartões de crédito, verificação da autenticidade da compra, unificando as taxas desses serviços.
Na realidade, o facilitador de pagamentos é um player que tem por finalidade tornar o processo de compra online mais simples, rápido e seguro. Entre essas empresas (Moip, Pagseguro, Paypal, etc) é interessante escolher uma que tenha tecnologias e soluções mais flexíveis como customização de checkout, checkout sem redirecionamentos (que aumenta a conversão e a credibilidade da loja virtual), atendimento personalizado para vendedores e desenvolvedores, ferramentas inteligentes como re-envio de cobrança automática, período de teste (trial) para disponibilizar aos novos clientes, entre outros.
Lembre-se de discutir com a empresa de pagamento alguns pontos como: taxa de transação (à vista e à prazo), variação da taxa quanto ao volume, grau de risco, ticket médio e faturamento, prazo de recebimento, custos de antecipação, taxas fixas e outras despesas contratuais, processo de integração e suporte. Todas essas questões podem influenciar diretamente no custo-benefício da sua empresa impactando os índices de conversão.
Fonte: Flávio Oliveira | Diretor Acadêmico da UCC – Universidade Corporativa Concil